CORRENDO PARA UM MOVIMENTO LENTO
Universo em miniatura
Maravilhoso mar que nos fala de vida, da pureza cristalina da água e do sal que lhe dá tempero, sabor e imaginação.. Corajosas Árvores que morrem de pé e nos tornam audazes... Luminosa Lua que nos fala do sol, Brancas as areias que nos falam das rochas, Verde a vegetação que nos fala de todos os seres da Criação.. Brancas nuvens que nos falam da chuva e do eterno desabrochar das flores... O Mar do Alentejo...! Foto de Jorge Ganhão |
Lembram-se de
como os dias eram grandes, quando éramos crianças?
Lembram-se
de como as tardes na praia, preguiçosamente, se enroscavam na noite?
Lembram-se
daquela visita a uns parentes que viviam no campo?
Lembram-se?
Lembram-se de como o tempo passava lentamente?
Quando foi a
primeira vez que tiveram a sensação de que o fim-de-semana chegara depressa
demais, pois ainda agora a semana tinha começado?
Vivemos numa
correria.
De casa para o
trabalho, para escola dos miúdos, para a reunião, para mais uma conferência,
formação ou curso, para o jantar de negócios, para o ginásio, para uma visita
rápida aos pais, para a saída com os amigos, para as férias desgastantes e em velocidade... stressados com o trânsito que se
eterniza, o lugar que não encontramos, para o automóvel, o autocarro que se
atrasa e faz ligação com o comboio.
Reproduzimos, na
vida dos nossos filhos, esse stress, essa pressa de chegar, essa quantidade de
afazeres. Da escola para a piscina, da piscina para a aula de inglês; do judo
para a explicação de matemática; do ballet para o psicólogo.
Por que temos
tanta pressa? Por que precisamos fazer tantas coisas em simultâneo?
A resposta
parece simples. Porque a sociedade está estruturada dessa forma e se não
tivermos velocidade para a acompanhar "perderemos o comboio" da
integração social e profissional e, eventualmente, a capacidade para
subsistirmos.
Mas, será que
esta sociedade, que nós mesmos criámos, nos serve e está adequada aos nosso
ritmos e necessidades naturais?
Nas últimas
décadas, a preocupação com a sustentabilidade do planeta e as condições de vida
das diversas espécies e do homem tem vindo a aumentar.
O buraco do
ozono, as espécies em perigo de extinção, as doenças originadas pela poluição e
pela utilização de produtos químicos, na agricultura e na pecuária, os produtos
transgénicos, as condições de produção intensiva de animais, para consumo
humano ou a sua utilização em laboratório como cobaias, a violência ou o
terrorismo, o desemprego, as crises económicas são apenas alguns dos temas e preocupações da sociedade atual.
Se a sociedade
foi criada pelo homem, para servir o homem, será que não está nas nossas mãos
modificá-la?
Fizemos durante
séculos, particularmente a partir do final do século XVIII, a grande
maratona da evolução científica e tecnológica.
Resolvemos
muitos enigmas... Melhorámos, significativamente, as nossas condições e
esperança de vida. Investimos na educação, na saúde, no conhecimento e no
desenvolvimento, mas gerámos novos enigmas, novos perigos e novos problemas.
Será que estamos na altura de inverter o grande êxodo, do campo para as cidade, transformando-o num movimento mais lento e harmonioso, ao encontro da natureza e das nossas raízes?
Será que é
chegado o tempo de afrouxarmos o passo e de, munidos agora de um novo conhecimento,
nos prepararmos para viver de forma mais lenta, harmónica e consentânea com a nossa
natureza e com o imenso mundo que nos rodeia?
Visite e fique a conhecer o SLOW MOVEMENT.
Lá não encontrará as respostas, para todas as perguntas que a nossa civilização nos coloca, no momento atual, mas encontrará, certamente, motivos de reflexão, sementes para novos projetos e toda uma série de novos e velhos conceitos que podem ajudar-nos a transformar a sociedade e o mundo num lugar melhor e mais aprazível para se viver.
Opine, apresente sugestões, partilhe conhecimentos,... seja um membro ativo da sociedade em que está inserido, não um mero espetador.
Comentários
Enviar um comentário
Bem-vindo,
As suas opiniões, sugestões, problemas, projetos, propostas de soluções,...são importantes, partilhe-as neste espaço...
Para que este se torne um espaço de diálogo, responderei aqui a todos os comentários. Sinta-se à vontade para comentar também...