PROFESSORES NA ERA DA GLOBALIZAÇÃO

A Era da Globalização coloca-nos questões e reflexões a diferentes níveis, sendo o da Educação um dos mais importantes.


Que novos desafios são colocados aos Professores?

Qual o papel do Professor? Será um transmissor de conhecimento ou um mediador?

Com que obstáculos, problemas e dúvidas se confrontam?

Que técnicas e pedagogias devem ser utilizadas com os alunos da nova era?

Que novas competências deverão adquirir, para que possam contornar ou eliminar a indisciplina, o insucesso e a violência escolar?

Como despertar o interesse dos alunos, da era das TIC, dos jogos virtuais, e das redes sociais, para as temáticas dos currículos escolares? 

"(...)o professor como transmissor de conhecimento desaparece para dar lugar à figura do mediador. A negação da imagem do professor como mero repassador de informações, já presente em Dewey, em Anísio Teixeira e em Paulo Freire, é retomada no paradigma emergente, que parte do princípio de que na era da internet, o professor não é a única e nem a mais importante fonte do conhecimento. O indivíduo é bombardeado de informações a todo momento e através de diversas fontes. Cabe ao docente, mais do que transmitir o saber, articular experiências em que o aluno reflita sobre suas relações com o mundo e o conhecimento, assumindo o papel ativo no processo ensino-aprendizagem, que, por sua vez, deverá abordar o indivíduo como um todo e não apenas como um talento a ser desenvolvido. O desafio está portanto na incorporação de novas tecnologias a novos processos de aprendizagem que oportunizem ao discente atividades que exijam não apenas o seu investimento intelectual, mas também emocional, sensitivo, intuitivo, estético, etc, tentando não simplesmente desenvolver habilidades (Dewey/Anísio Teixeira), mas o indivíduo em sua totalidade. 
De acordo com o novo paradigma, a própria noção de conhecimento deve ser revista. O conhecimento não é algo acabado nem definitivo. Conforme as leis da Física Quântica, mesmo os objetos são relativos, posto que inclui o olhar do observador (a quarta dimensão do objeto). Assim, a realidade quântica jamais será observada duas vezes da mesma forma. Isso torna os conceitos relativos, e a realidade será sempre um modo particular de percepção do mundo e das coisas, não havendo verdades perenes, mas verdades relacionais e portanto transitórias. 
Se não há verdades absolutas a serem comunicadas, também não há um mundo externo ao indivíduo a ser comunicado. Toda percepção, todo conceito, toda observação leva em conta o olhar do observador, de modo que a própria realidade se relativiza, no sentido de que será uma vivência única para cada indivíduo. Isto considerado, ao invés de centrar nos conceitos, o novo paradigma sugere que a escola privilegie as relações, dando maior importância não ao resultado, mas ao processo, não à funcionalidade do aprendizado, mas à auto-realização, à auto-estima." Hilda Gomes Dutra Magalhães

"Neste sentido, e no quadro dos novos desafios e exigências que lhes são colocadas, há quem considere que os professores desempenharão melhor o seu papel na construção de inovações se possuírem e mobilizarem um conjunto de novas competências e capacidades, nomeadamente a de problematizar e de reflectir colectivamente sobre os quotidianos escolares e o que fazer para se concretizar o princípio da equidade e da justiça social. A este propósito, salientamos a ideia de não poder “ser esquecida a entidade equipa educativa em que os mesmos estão envolvidos, ou seja, os grupos de professores, órgãos de gestão das escolas e mesmo os serviços externos de apoio à acção educativa” (LEITE, 1997, p. 187)

(...) Dito de outro modo, é esta capacidade de partilhar com os outros saberes, experiências e poderes, e de construir, no colectivo dos pontos de vista existentes na escola, uma plataforma de acção entre todos concertada que, em nossa opinião, configurará o sentido de autonomia curricular docente presente no discurso legal, em Portugal.

Sendo este talvez o maior desafio que se coloca actualmente aos professores, ele não parece ser de fácil concretização, dado a multiplicidade de incumbências que hoje lhes são atribuídas e os dilemas com que se defrontam. Como referem Cosme e Trindade (2002),

(...) as ideias de Perrenoud (2002, p.100) quando lembra que “não se inova sozinho” e quando adverte para as dificuldades e resistências colocadas pelos professores em processos de partilha de saberes e de experiências. Refere Perrenoud existirem situações em que um professor pode “ensinar vinte anos ao lado de um colega sem nunca ter falado com ele sobre pedagogia e sem saber mais sobre as suas práticas” (ibidem, p. 96)

(...) Mónica Thurler (1994, p. 33) quando afirma que as mudanças em educação dependerão sempre “daquilo que os professores pensarem dela(s) e delas(s) fizerem e da maneira como eles a(s) conseguirem construir activamente”. Carlinda Leite - Preciosa Fernandes

Participe neste debate. Afinal, este é um tema fundamental para todos nós.

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