RESILIÊNCIA




Hoje em dia, fala-se muito em resiliência, especialmente quando o tema é Educação. Um “palavrão” que, até há poucos anos, não tinha qualquer significado, para uma larga maioria de pessoas

Mas, afinal o que é a Resiliência?

"A resiliência é um conceito psicológico emprestado da física, definido como a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, stress, etc. - sem entrar em surto psicológico. No entanto, Job (2003), que estudou a resiliência em organizações, argumenta que a resiliência se trata de uma tomada de decisão quando alguém depara com um contexto entre a tensão do ambiente e a vontade de vencer. Essas decisões propiciam forças na pessoa para enfrentar a adversidade. Assim entendido, em 2006 Barbosa propôs que se pode considerar a resiliência como uma combinação de fatores que propiciam ao ser humano condições para enfrentar e superar problemas e adversidades." Fonte Wikipédia

"Resiliência significa voltar ao estado normal e é um termo oriundo do latim resiliens. Resiliência possui diversos significados para a área da psicologia, administração, ecologia e física.
Resiliência é a capacidade de voltar ao seu estado natural, principalmente após alguma situação crítica e fora do comum."

No caso presente, a resiliência que nos interessa é  da área da psicologia e, também, da Administração.

"Resiliência na Psicologia
Na área da psicologia, a resiliência é a capacidade de uma pessoa lidar com seus próprios problemas, vencer obstáculos e não ceder à pressão, seja qual for a situação.
A teoria diz que resiliência é a possibilidade do indivíduo de tomar uma decisão quando tem a chance de tomar uma atitude que é correta, e ao mesmo tempo tem medo do que isso possa ocasionar. A resiliência demonstra se uma pessoa sabe ou não funcionar bem sob pressão.

Resiliência na Administração
Na área da administração, resiliência faz parte dos processos de gestão de mudanças. Para as pessoas que trabalham nas organizações, elas devem ter um grande equilíbrio emocional, principalmente, para saber lidar com os problemas relacionados com o trabalho, quando as situações não ocorrem como elas esperavam. Além disso, a resiliência diz respeito à capacidade de tomar medidas que minimizam os problemas que surgem no contexto laboral."



"Portugal está entre os países da OCDE com maior proporção de alunos resilientes entre os socioeconomicamente mais desfavorecidos, ainda que os níveis de proficiência tendam a ser pouco elevados.
Against the Odds: DisadvantageStudents Who Succeed in School (OCDE, 2011)  é uma análise recente dos dados PISA 2006 que se debruça especialmente sobre a literacia científica de alunos com idade entre os 15 e os 16 anos e que completaram no mínimo seis anos de escolaridade.
O estudo procura uma aproximação aos factores explicativos dos melhores resultados de alguns estudantes com origens sociais desfavorecidas, aquilo a que chamam estudantes resilientes, assim como a produção de recomendações de política no domínio da promoção da equidade social.
 (...) Um aspeto que cabe realçar é a não linearidade da relação entre a proporção de resilientes e os resultados globais ao nível da proficiência de cada país. Apesar dos avanços demonstrados nos resultados do PISA 2009, Portugal surge sistematicamente nas inquirições PISA entre os países com níveis médios de proficiência mais reduzidos, mas no que diz respeito à proporção de resilientes tem uma posição favorável. 

(...) Nas restantes dimensões de análise abordadas pelo estudo é utilizada uma segunda modalidade de operacionalização da resiliência, menos capaz de oferecer condições de comparabilidade internacional, mas mais adequada à realidade nacional de cada um dos países.

(...) Os resultados revelam que em termos gerais os alunos resilientes no campo das ciências, tendem a sê-lo simultaneamente na proficiência a leitura e a matemática; e tendem a ter também, face aos restantes estudantes com um nível de ESCS (index of economic, social and cultural status) baixo, origens sociais um pouco mais favorecidas, especialmente do ponto de vista das variáveis relativas ao capital cultural das famílias.

Quer em Portugal, quer ao nível da média da OCDE, as diferenças de género são pouco expressivas no que diz respeito à resiliência no domínio das ciências, embora os rapazes estejam ligeiramente sobrerepresentados. No plano da literacia a matemática, a vantagem masculina aumenta um pouco. Mas a diferença de género mais acentuada, ainda que pequena, dá-se na literacia a leitura, em benefício das raparigas.
Foi também aferida a situação dos alunos de origem imigrante, verificando-se que em termos gerais os alunos autóctones estão sobrerepresentados entre os alunos resilientes ao nível da proficiência a ciências, matemática e leitura. 
A pesquisa detém-se especialmente na análise das correlações entre a resiliência e as atitudes e práticas dos estudantes face à aprendizagem das ciências. Em geral, quer na OCDE quer em Portugal, os estudantes resilientes, face aos alunos com origens sociais semelhantes mas com níveis baixos de literacia científica, tendem a: revelar maior interesse e motivação na aprendizagem das ciências; sentir-se mais capazes de dar conta de questões nessa área de conhecimento e mais preparados para carreiras profissionais nesse ramo; participar mais em actividades extra-escolares na área das ciências; frequentar cursos dessa área de conhecimento e despender na escola um maior número de horas de estudo nessa área.
Dentro ainda da análise do impacto do ambiente de aprendizagem, são analisados os efeitos da qualidade dos recursos das escolas e a implementação de actividades escolares relacionadas com as ciências. Também aqui os resultados são inconclusivos, embora a segunda dimensão pareça ter uma associação estatística mais expressiva face à resiliência.
Para além da comparação sistemática entre alunos, do ponto de vista socioeconómico, mais desfavorecidos (resilientes e “low achievers”), a pesquisa procura ainda perceber se os aspectos que pareciam beneficiar esses estudantes, beneficiavam de igual forma ou de forma acrescida os alunos com maior vantagem socioeconómica, mantendo-se o resto constante (sexo, origem migrante, etc.). 
(...) As principais conclusões do relatório são que os factores mais associados à resiliência remetem para as atitudes e práticas face à aprendizagem e para o número de horas despendidas em aulas de ciências. 
(...) Para países como Portugal, em que os estudantes socioeconomicamente mais favorecidos tendem a revelar benefícios acrescidos face ao conjunto de factores anunciados, é sugerido que as políticas de promoção da equidade devem ser especificamente destinadas a jovens e a territórios mais vulneráveis do ponto de vista socioeconómico, em detrimento de medidas generalizadas, através, por exemplo, de estratégias pedagógicas inovadoras, actividades de exploração e criação de relações com profissionais e instituições desse ramo. Sugere-se também que o aumento do número de horas despendidas em aulas de ciências só pode ser benéfico se acompanhado de uma transformação das práticas pedagógicas, pelo que programas de formação de docentes neste domínio poderão ser muito relevantes."(Ler mais) in Observatório das Desigualdades - CIES - ISCTE


.../...
Nunca, como atualmente, foi tão fácil o acesso à Educação, especialmente em Portugal, mesmo quando nos referimos ao Ensino Superior. 
No entanto, essa facilidade, aliada a diversos outros fatores das sociedades atuais, conduz, por outro lado, a que se tornem mais evidentes os problemas relacionados com a educação, tais como o insucesso, o abandono e a violência escolar.
No sentido de tentar minimizar estes problemas, têm-se tentado novas e diferentes abordagens e pedagogias, umas com mais sucesso do que outras.
Através de múltiplas investigações realizadas acerca desta problemática, pôde chegar-se a diversas conclusões. Entre as quais se destacam;
- As crianças e jovens provenientes de meios mais desfavorecidos são aqueles que detêm uma maior percentagem de insucesso e abandono escolar;
- Integrar estas crianças em turmas com um número de alunos muito reduzido não parece contribuir para que o seu sucesso seja maior;
- Muitas vezes, os próprios professores diferenciam, à partida, os alunos, deixando transparecer que pouco esperam dos seus alunos provenientes dos meios mais desfavorecidos, não os estimulando para a aprendizagem;
- Valorizar os saberes, tradições e experiências dessas crianças parece ser um fator decisivo para que estas se integrem no meio escolar e se sintam motivados para novas aprendizagens;

A constatação de que algumas crianças provenientes desses meios desfavorecidos tinham sucesso, contra todas as expetativas, deu origem a diversos estudos, incluindo o acima referido, quer com o sentido de realizar diagnósticos e comparações, quer com o objetivo de descobrir qual o fator ou fatores que contribuem para que, nestas crianças, os condicionalismos, que os poderiam conduzir ao insucesso ou abandono escolar, fossem eliminados.
Quais serão, então, esses fatores?

  • A personalidade das crianças?
  • O apoio das famílias e/ou amigos?
  • O Professor/a?
  • As pedagogias adotadas?
  • O Projeto Educativo de cada Escola?
  • Os meios físicos, materiais e humanos das Escolas?
  • Ou, um conjunto desses fatores?


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